A onicocriptose ou “unha encravada” é um problema que quando presente causa grande impacto no dia a dia do paciente. O surgimento desse quadro pode estar associado a diversos fatores, como uso de sapatos apertados ou altos e cortes inadequados das unhas. As unhas mais afetadas são as do primeiro dedo (dedão do pé). Embora menos frequente, a unha encravada pode afetar crianças logo ao nascimento ou no primeiro ano de vida. Nesses pacientes, a causa pode ser congênita ou mecânica por uso de sapatos ou por forçar a criança a ficar em pé antes do tempo.
Apesar de ter um caráter arrastado, costumam ocorrer fases de agudização, com piora da dor local ou saída de exsudato (líquido associado à inflamação). Durante essas fases de piora, o paciente pode ter dificuldades de usar sapatos fechados e praticar atividades físicas simples, como caminhadas. Podem ocorrer outros desdobramentos como infecções secundárias ou mesmo a formação de granulomas, ou seja, tumores benignos na lateral da unha, chamados popularmente de “carne esponjosa”.
O tratamento durante essas fases de piora é muito importante, porém, muitas vezes é necessário realizar um procedimento cirúrgico a fim de solucionar o problema da “unha encravada” de modo, possivelmente, definitivo. Trata-se de uma matricectomia, cirurgia que permite a eliminação do fator causal (espícula de unha que fere a própria pele do paciente) e a consequência desse trauma (elevação da pele ao redor da unha encravada).
A cirurgia, apesar de poder ser feita no consultório, requer alguns cuidados no pós-operatório, como curativos diários, aplicação de gelo e uso de medicamentos nos primeiros dias que seguem o tratamento cirúrgico. Os pontos costumam ser retirados dentro de 15 dias. O paciente deverá ficar algumas semanas sem usar sapatos fechados para obter melhores resultados.
Esse procedimento pode melhorar bastante a qualidade de vida daqueles que sofrem com a onicocriptose, sendo muito importante ser realizado com um médico treinado para esse tipo de procedimento.